sábado, 9 de janeiro de 2010

Pesos e Medidas a (Contra)gosto

Medir é uma necessidade humana desde sempre. Os primeiros padrões reflectiam o mundo natural e, muito particularmente, a própria dimensão do homem, utilizando-se os braços, as mãos ou os dedos. O tempo derivava do movimento dos astros e os pesos eram dados, por exemplo, por um determinado número de sementes. Claro que o resultado foi uma grande variedade dos sistemas de medição e, por fim, a necessidade de normalizar os padrões.

No século XVIII, no rescaldo da revolução, a França decide avançar com um sistema universal, baseado numa constante "natural" e em 1791 nasce o sistema métrico decimal, com três unidades básicas: o metro, o litro e o quilograma. O metro foi então definido como a quadragésima milionésima parte do meridiano terrestre que atravessa Paris; o litro seria o volume de um cubo com 10 centímetros de lado e o quilograma a massa de água, a 4 graus, contida num cubo de igual tamanho.

Claro que a adopção deste sistema não foi pacífica. Os países viam nesta uniformização uma perda de soberania e introduziam alterações que acabavam por prejudicar a uniformidade. Portugal, por exemplo, insistia na "mão-travessa" (medida correspondente à largura da mão, excluindo o dedo polegar, que correspondia a 10 centímetros), na "canada" (capacidade equivalente a dois litros) e na "libra" (equivalente a 453,6 gramas). Somente em 1852, por decreto de D. Maria, Portugal adoptou o sistema métrico.

A Inglaterra nunca o fez e ainda hoje no Reino Unido e nas suas ex-colónias perduram algumas medidas imperiais: as distâncias percorrem-se em milhas, medem-se polegadas e pesam-se libras. O que até já levou a grandes desaires, como a perda da sonda Mars Climate Orbiter, em 1999, devido à confusão nas unidades dos cálculos.


FONTE:
A.C.M. Jornal Público
Quinta-feira, 2 de Maio de 2002


Conversor de medidas muito útil:

http://www.universal.pt/main.php?id=59

(Prof. Teresa Marques)

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